
Expectativa: este é o nome do veneno que corrói sonhos e relações.
Pois então. Uma vez um amigo me disse: “o importante é não ter expectativas, assim tudo que vier é lucro”. Na hora, aquilo fez muito sentido para mim e por um tempo até funcionou. Quando você deixa de esperar isto ou aquilo, tudo fica mais leve e fácil. Não há o “peso” de calcular cada passo nem a ansiedade de viver a concretização – ou não – da expectativa. Mas, de repente, justo ao tentar empregar esta tática em uma relação, pensando em evitar sofrimentos, comecei a perceber que não faz o menor sentido. Conviver sem alimentar qualquer expectativa é apenas simples passagem do tempo, é “Passa-tempo”. Ninguém disse que era fácil. Mas “não ser fácil”, afinal das contas, não é ruim. Eu, amante dos esportes, que o diga: como é bom sentir o gosto salgado do suor e saber que vencemos os desafios, que nos superamos! Que graça teria trabalhar e se entregar a uma causa sem a expectativa de que nossos objetivos fossem alcançados, que nossos sonhos se multiplicassem? Que graça teria amar e não poder esperar que a recíproca fosse verdadeira? Não. Não faz o menor sentido. Viver sem expectativas, é não viver.
A sutileza – ou grande problema – é que as expectativas não podem ser um segredo de estado e precisam compartilhadas com quem se quer de parceiro. Seja na luta, no amor, no trabalho. É este detalhe que faz do veneno o elixir…
Assim, eu volto e corrijo o início, já que no texto é possível, e na vida não: o que corrói sonhos e relações são a falta de diálogo e a falta de coragem de assumir expectativas.
…vou então começar o exercício e esperar que o tempo cure…