Uma das lições do Amor

Quem sou para falar de amor? Vivi muito mais a teoria, do que a prática…Contudo – e minhas amigas são testemunhas! –  eu tentei muito, com todo meu coração e bem pouqinho da razão! Em um de meus relacionamentos mais duradouros eu ia quase todos os finais de semana velejar com meu então Amor. Ele, com um vice-campeonato brasileiro no currículo, e eu com toda a vontade de aprender sobre este esporte no qual meu pai e outras familiares já tinham tido ótimas experiências. Mas, na ocasião ele dizia que eu não precisava aprender. Confesso que ficava incomodada, mas, o barulho da água e do vento me faziam relaxar e muitas vezes eu até dormia à bordo. Um dia, ele se queixou das minhas sonecas, alegando descaso. Eu disse que como não sabia, não podia ajudar e ficava sem função. Eu disse também que estava disposta a fazer uma escola de vela. Na mesma hora, ele contestou: “que vergonha! Imagine se a minha mulher  vai fazer uma escola….” Claro que não foi “só” isso, mas depois de alguns “issos” mais nossa relação terminou. E sabe qual foi a primeira coisa que fiz para “celebrar” minha nova vida de solteira? Aprender a velejar! Foi demais aprender a teoria da minha prática. Foi demais poder me dedicar a um esporte que proporciona total higiene mental  – como nunca experimentei em nenhuma outra modalidade. Desde então, minha vida deu várias guinadas e sofri os revezes de alguns ventos desfavoráveis, me desviando um pouco das velas. Achei até que tinha perdido o prumo. Mas não. Felizmente vi que sigo alinhada com o que acredito e que aprendi a lição. Como que passando a limpo minha trajetória resolvi dar um passo adiante e fazer o Arrais. Meu atual amor me acompanhou nesta jornada. Por ossos de seu ofício, ele sabe boa parte da matéria e com certeza se sairá muito bem na prova – provavelmente muito melhor do que eu. Mas isso não importa. Não se trata de uma competição. Não se trata de prender pela dependência – ou ignorância. Foi isso que meu ex não entendeu. E é isso que eu – mesmo tão inexperiente em práticas do amor – aprendi e não quero nunca mais esquecer: amor não é prisão, e sim caminhos divididos com um horizonte em comum. Cada um no seu ritmo, mas com carinho a atenção nos passos do parceiro, para apoiar quando for necessário.

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