O que seria do homem se tivesse permanecido no conforto de andar sobre quatro patas? Quando falam em ampliar a zona de conforto, isso quer dizer que precisamos nos empenhar ao máximo para sermos felizes o maior tempo possível e cada vez mais, é um clamor para irmos além do orgasmo… para buscarmos o atrito, para nos entregarmos sem medo ao sonho de ser sempre mais feliz, para nos empenhamos em nome da liberdade de poder muito…

Me lembro a primeira vez que fiz uma longa distância de bike…menos de 50Km dentro de Porto Alegre….cheguei “destruídamente” feliz em casa e ainda fiz dengo para o meu pai e pedi uma taça de sorvete para me reestabelecer…a segunda vez foi fichinha…aumentei o meu conforto…e o meu prazer com a coragem de ir além! O bom da vida é isso: buscar sempre a superação… incluíndo aí a superação da própria superação…É neste momento que surge o medo. Acho que é aquele famoso “medo de ser feliz” que assola grande parte da humanidade… aquele comodismo cego que esconde horizontes… Aí vem outra lição importante do esporte: sem dedicação, não existe resultado. Todas as vezes que meu treinador me lançou desafios nas raias e eu respondi que eu estava morta ou que ele estava louco, tive gratas surpresas ao tentar: fiz índices que nunca sonhei, me alegrei ao me sentir capaz de me superar. E é boa demais este sensação: a exaustão que leva à plena realização. É assim no esporte, é assim no amor, é assim na vida! E eu estou cada vez mais feliz por acreditar na realização – que vai além do orgasmo  – e me entregar sem dúvida a uma das máximas luteranas: agir como se tudo só dependesse de mim e confiar como se tudo só dependesse e Deus!

Esta semana comemoro dois meses de retorno dedicado ao esporte…e sinto com alegria as dores no corpo, pois elas mostram que posso mais, que ainda existem muitos limites a serem superados. Não há porque se acomodar. Querer mais não quer dizer que temos pouco…não há limites para a felicidade!