So sorry, descolei….

Graças a experiências intensas sobre duas rodas movidas por sonhos e muita banana, minha vida mudou. Simples e certo assim. Hoje sou descolada. E estou cada vez mais descolando destes padrões que a gente  aprende – ou engole? – como se fossem a única alternativa para existir…
Eu comecei descolando devagarinho, trocando baladas por pedaladas…primeiro um dia, depois um final de semana… a bike ganhou mala e subiu no avião. Eu conheci rodando, um pouco mais do Brasil, da América Latina, da África do Sul e recentemente da Europa.

Não foi um passe de mágica. Difícil precisar exatamente quando, a certeza que tenho é do como! Mesmo assim, acredito que foi quando refiz os caminhos do Imperador, costeando o Rio São Francisco entre Sergipe e Alagoas, carregando por uma semana tudo que precisava,  incluindo o computador para trabalhar, que comecei a descolar sem possibilidade de volta. Foi na volta desta viagem que eu comecei a “Guerra com as Coisas”…e lá se vão 3 anos…

Comecei a desapegar dos objetos e pegar as lembranças, que sempre aquecem o coração e curvam os lábios. Mas eu ainda tinha lá meus desejos e caprichos….

Veio a primeira grande viagem – em tempo e distância – 20 dias com a “casa” no bagageiro da bike e experiência maravilhosa de cruzar fronteiras internacionais. Com ela também  o susto de virar um ponto final embaixo de um carro na BR 101. Mas a vida provou ser mais forte e providenciou solidariedade, abrigo e compreensão dando  força e alegria ao caminho. E eu aprendi definitivamente que o que mais vale nesta vida é aquilo que ninguém pode te tirar. Mil quilômetros rodados e eu voltei milionária!

A gente no caminho, de braços abertos e  sorriso frouxo foi reforçando minha tese aprendida em mini ou mega explorações sobre duas rodas. A esta altura, a minha “Guerra com as coisas” já tinha se tornado um triologia – com direito a épilogo e tudo! – e eu inventei uma nova grande viagem de bike. Foram 33 maravilhosos dias avançando em uma nova cultura e destruindo velhos medos….

E veio outra cicloviagem…..desta vez, 2 meses….menos carga ainda! E eu voltei com a certeza que não me encaixo. Sim. Não me encaixo simplesmente porque não sou uma peça pré-moldada, vou me talhando pelos caminhos da vida – que são um pouco planejados e um muito abertos na base da intuição….e do facão! 

Então, simples assim, como dois aros que se unem e geram deslocamento eu descolei…e não quero mais colar! Eu não entendo mais as pessoas que brigam por política… eu não sou de esquerda nem de direita, sou do coração…

Eu não entendo as pessoas que deixam de assistir o show (da vida) para gravar e publicar nas redes sociais. Ok, eu concordo: é bom compartilhar e inspirar, mas precisa ser em real time? Em tempos de coachs e digital influencers, não seria melhor partners e real influencers? 

Ah….e a propósito sobre a recente passagem do dia 31 de Outubro: eu não comemoro o Halloween e sim a Reforma Protestante! Sou descolada, mas em sintonia com minhas origens!

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