
“andavamos sin buscarnos, pero andávamos para encontrarnos”
Tal como a heroína de Cortázar, tenho cada vez mas convicção de que todas as linhas da vida, são tortas, mas certas. É encantador olhar para a caminhada, ver como os caminhos se mostraram diante de nós e todas as suas incríveis artimanhas. O fato é que de fato o universo conspira para realizar os nossos sonhos.
No constante incomodo e me questionar sobre o meu papel no mundo, vejo agora, diante de meu horizonte uma nova tarefa, ou seria um novo poder? O de testemunhar… de contar historias de vidas vividas e com isto estimular as pessoas a também viverem seus sonhos.
No último final de semana acompanhei uma amiga no reencontro com a felicidade que a bicicleta traz. No meio caminho, acabamos visitando uma conterrânea dela e no dia seguinte veio o presente: “Sabe a minha conterrânea? Se empolgou com nosso exemplo e saiu a pedalar com o filho, me ligou feliz para contar”. Feliz? Feliz fiquei eu, mais ainda!
Prestes a concretizar mais um sonho, na fila do embarque,
com uma bolsinha de mão e uma gigantesca mala bike, comecei a papear com a
senhora da frente, uma advogada. Foram uns minutos até ela me contar de seu
sonho de pedalar… de ir para o trabalho de bicicleta. Contou que comprou um
triciclo, equipou com cesta, luzes e tudo mais, porém ainda não tinha vencido o
medo. Encorajei-a a começar pelo
possível: uma volta na quadra, para ganhar confiança e assim cada vez mais
longe… Foi gostoso como ela escutou com atenção a minha história, que, aliás
não é história…é testemunho…e mais: relato entusiasmado de uma relação que
vem transformando a minha vida e me levando a lugares nunca dantes imaginados.
Esta senhora me falou da sensação de estar desprotegida na bicicleta e eu me
flagrei rebatendo esta confissão dizendo que o mesmo vento que hoje causa
desconforto, com a prática se transforma na sensação mais maravilhosa de
liberdade. Vento intenso que envolve, encanta e empodera. Espero que ela pedale. Senão, foi importante o
que ela me fez falar, reafirmar. É bom saber o que faz nosso coração bater e
nossos olhos brilharem!
Neste meu novo papel – que aceito e assumo! – não quero impor meu jeito de pensar, mas encorajar a cada um que busque seu próprio brilho, que assuma seus sonhos e seja feliz do seu jeito… viva a diversidade!