Quando o challenge vira treino….

A natação começou em minha vida muito  cedo, quando ainda se resumia a brincadeiras para perder o medo da água…e esteve sempre presente no bons momentos…
Para que a narrativa não se torne um enciclopédia, começo há 2 anos atrás, quando, de volta as raias resolvi encarar a Travessia dos Fortes – atravessando no mar aberto, do Forte de Copacabana ao Forte do Leme. Na época, eu estava sem trabalho fixo, mas o desafio tornou-se um porto seguro em minha vida. Tanto que, há duas semanas da prova, quando recebi uma proposta tentadora de trabalho e dois dias para pensar e dar uma resposta, fui obrigada a ligar e agradecer a oportunidade pois não poderia começar no dia determinado pois tinha um compromisso: a Travessia. Felizmente meu futuro chefe foi compreensivo e disse que eu podia nadar, desde que voltasse viva e disposta para muito trabalho. Feito. Assim, naquele nublado domingo carioca, madruguei, coloquei a roupa de borracha, chamei o taxi e desci de pés descalços e touquinha, pronta para um marco em minha vida. Sim, com certeza esta é outra cena insólita de minha vida: não havia guarda-volumes na prova e eu desci como quem vai para o mar…as seis da matina, para choque do porteiro e do taxista. E eu acreditei nas instruções dadas aos atletas. Cheguei na hora marcada e era só eu e o mar…fui a primeira a testar o chip…mas aquele tempo foi uma dádiva….vi as ondas levando todos os sofrimentos dos último meses embora e quando a salva de canhões marcou o início da travessia me lancei ao mar sem a menor pressa de chegar pois o cenário, sem qualquer dúvida ou exagero…era maravilhoso!

Depois destes 3,8K em mar aberto, nunca mais fui a mesma, e com certeza o mar também não…simples assim, como dizia Hieráclito! Fiz outras travessias, em outros mares e  no final do ano passado decidi encarar algo maior: reviver uma das primeiras e mais românticas travessias da história, atravessando 6,5K no estreito de Bósforo, da Ásia para a Europa. E não é que diante deste  horizonte maior o desafio de outrora virou mero treino? Isso mesmo. Voltei mais duas vezes ao mar de Copacabana, desta vez no Circuito Rei e Rainha do Mar, realizando a prova challenge, como uma forma de treinar para ás águas do Bósforo.

Agora estou contando os dias…falta pouco mais de um mês…e o que me assusta não é vencer a exaustão que  pode tomar conta do corpo, mas sim a euforia que com certeza monopolizará meus pensamentos: me imagino nadando em um mar de cultura, registro de grandes momentos da história da humanidade.

E, vencida esta etapa, com certeza, será vida nova, afinal: “um homem não toma banho duas vezes no mesmo rio”…

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