
Dentre as inúmeras faces que a vida cria em nós, creio que todos temos, em menor ou maior quantidade, um lado Policarpo. Policarpo Quaresma, para quem não sabe, é um personagem de Lima Barreto, essencialmente idealista e nacionalista, que levou seu amor à pátria ao extremo e acabou sendo morto pela “amada”. Todos os bimestres realizamos a leitura de uma das obras dos movimentos literários estudados e, agora, foi a vez da proveitosa leitura de “O Triste Fim de policarpo Quaresma”.
No fundo, todos nós amamos este Brasil tão decadente e cheio de atrocidades e lamentamos que muitos considerem que a melhor saída para este país ainda é o aeroporto… É louvável preservar nossa cultura e exaltar elementos tipicamente brasileiros, mas será que é preciso conservar o famoso “jeitinho”? Que tal cultivarmos valores que engrandeçam verdadeiramente nossa pátria, como honestidade e lealdade?
Policarpo, muitas vezes, foi considerado louco por colocar suas ideias, seus sonhos em prática e pensava que se desse o seu exemplo á era um bom começo, mas ele estava sozinho em sua luta desinteressada.
Acho que nossos sonhos como cidadãos são os mesmos. Então, não seríamos tachados de loucos se começássemos a agir para concretizar um Brasil melhor, o país de nossos sonhos! Vamos dar o exemplo para os mais fracos, os que ainda têm algum receio de se de manifestar contrários ao rumo que o dia-a-dia está tomando.
As situações das páginas do livro se repetem nas páginas da vida e, muitas vezes, aqueles que se dedicam de corpo e alma a uma causa, movidos apenas pela convicção da probidade de seus atos, são mal interpretados e condenados pela sociedade.
Nesta confusão que se tornou nossa realidade, não podemos correr o risco de sermos mais um instrumento de injustiça. Temos que tomar consciência da complexidade do mundo e procurar sempre ver uma situação por vários ângulos. Nesta luta, a consciência já é muito e os atos valem ouro. Sei que palavras de pouco adiantam, mas se estas servirem para dizer que você não está sozinho nesta luta, já é um bom começo!
direto do “baú” , escrita no colégio, no
4º bimestre, 1992