
Destes filmes besteirol da sessão da tarde tirei uma coisa boa – além do prazer de permitir ficar uma tarde fazendo nada – a frase final em que a mocinha-bandida do filme dizia mais ou menos assim: de que adianta julgar as pessoas? Falar que fulana é gorda, não te faz magra – nem a ela; falar que Beltrana é burra, não te faz mais inteligente – nem ela, e assim por diante…
Confesso que naquele momento não me pareceu tão importante quanto de fato o é. Acontece que só agora, uns dias depois, “me caiu a ficha” ao lembrar de uma sentença dura e necessária que ouvi no último ano de alguém que com certeza me quer bem: “Carol, você deve julgar menos!” Naquele momento, eram tantas verdades que não percebi o quão importante foi este conselho. Mas, graças a Deus, de uma forma ou de outra, consegui segui – lo. E tudo ficou mais fácil! Na razão, está compreendido. Agora o desafio é internalizar esta postura: não julgar.
Engraçado como pimenta nos olhos dos outros sempre parece colírio….Me lembro de certa vez que fui fazer um pedal cascudo em grupo – uns 70km de estradão – e no final, depois de algumas deserções, alguém do grupo que restou confessou: “quando te vi chegando, com cestinhas de cipó na bike e de biquíni para pegar sol pensei: esta daí não vai nem até a esquina…mas, no decorrer do caminho vi que estava muito enganado – és cicloturistas nata.” E assim, eu que sou totalmente contra estereótipos, percebo agora quantas vezes caí na armadilha, gastando pensamentos e energias para julgar pessoas. Fui tão tola quanto o colega ciclista que se fixou na fragilidade das minhas cestinhas…
Julgar. De que isso adianta? Ninguém muda senão por vontade própria…e, como as melhores lições da vida são grátis, resolvi compartilhar.
A vida fica tão mais leve sem julgamento. Sem sentenças ou inquisições, não é preciso provar nada para ninguém…apenas fazer! Apenas viver!