No fundo de um baú, encontrei um trecho já amarelado de um autor do século XVIII ( Baudelaire), o qual transcrevo a seguir:
“Todo o jornal, da primeira a última linha, não é nada mais que um rol de horrores. Guerras, crimes, roubos, impudicícias, torturas, crimes dos príncipes, das nações, dos indivíduos, uma embriaguez de atrocidade universal. E é com este pouco saboroso aperitivo que o homem civilizado inicia as refeições cada manhã.”

                Lendo e relendo estas linhas, percebo como elas são sábias.  Durante séculos o homem passou lendo este tipo de notícia, muitos até perderam a vontade de lutar. Mas, é justamente nos jornais que encontro motivos para lutar:  muitos sofreram muito e eu não quero ser mais uma entre estes muitos.

                Chega de mau caratismo, chega de ganância, chega de favorecimento. Tenho o direito e o dever de reverter este quadro… afinal, sou ou não sou uma cidadã? Não tenho um país, um nome, uma cor e uma religião?  Sei que muitos não pensam assim… Então? Não vamos esperar que os “grandes” nos deem o exemplo, vamos partir para a ação: um mais um é sempre mais do que dois!!!

                Vamos começar desprezando gestos que forem contra os  princípios da justiça. Até mesmo guardar um papel no bolso ao invés de jogá-lo no chão já é um bom começo! Cada vez mais me repugna o sistema atual, em total deterioração. Vamos começar por nós esta mudança! Nós, jovens, temos eu mostrar aos que nos julgam incapazes que além de reclamar, sabemos construir.  Mas, para tanto, contamos com a ajuda de todos eu atuam em nossa formação educacional, para que no tornemos pessoas de visão, capazes de reagir! Já é hora de levantarmos e saborearmos nosso café da manhã em companhia de um jornal repleto  de boas notícias!

direto do “baú” , escrita no colégio, no  4º bimestre, 1992